terça-feira, 22 de março de 2011

JORGE, O PONTA DE LANÇA


"E os raios de Xangô trouxeram, da Mãe África, o couro dos tambores fertilizando o DNA das novas gerações elétricas eletrônicas globalizadas, e apontando a música do futuro."   

                                                                 (AC Ribeiro Jr.)






Parabéns, Jorge Ben!
E para ilustrar essa data nada melhor do que falar do grande encontro de um dos mestres do Hip Hop nacional, Mano Brown dos Racionais e Jorge Ben, com sua trajetória de 48 anos de música, sons, poesia, palavras, sucessos e influências por todo o planeta.
Esse encontro fez parte de um projeto para coincidir com a realização da Copa do Mundo De Futebol na África do Sul, realizada em junho/julho do ano passado. O tema escolhido foi, obviamente por falar sobre futebol, "Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)", clássico de Jorge Ben Jor, gravado no clássico disco Áfrca-Brasil, de 1976. A gravação foi realizada no estúdio YB, em São Paulo, em março de 2010, tendo as Negresko Sis-maravilhoso trio formado pelas belas  cantoras  Anelis Assumpção, filha do incrível Itamar Assumpção, Thalma de Freitas, filha do excelente pianista, compositor, maestro Laércio de Freitas, e a "avant la lettre" Céu-nos deliciosos backing vocals. Zé Gonzales (ex-Planet Hemp, N.A.S.A.) produziu a música ao lado do antenado e criativo Daniel Ganjaman (Instituto). Gabriel Ben Menezes, filho do Jorge Ben, Duani Martins, Gustavo da Lua e Pupillo (Nação Zumbi) também participaram da gravação.
O projeto, patrocinado pela Nike, reuniu 11 pessoas, em uma clara referência a um time de futebol. 
É samba, soul, rock, funk, hip hop, tambor, eletrônica, África-Brasil.

AC Ribeiro Jr.



                                             Ben & Mano



               Daniel Ganjaman, Zegon & Gabriel Ben Menezes


             As lindíssimas Negresko Sis ( Thalma de Freitas,                  Anelis Assumpção e Céu)



Ponta de Lança Africano


Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Joga bola, joga bola Jogador
Joga bola, joga bola Corocondô
Pula, cai, levanta
Mete gol, vibra
Abre espaço, chuta e agradece
Olha que a cidade
Toda ficou vazia
Nessa tarde de domingo
Só pra lhe ver jogar
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Joga bola jogador
joga bola corocondô
Joga bola jogador
joga bola corocondô
Rere, rere, rere jogador
Rere, rere, rere corocondô
Rere, rere, rere jogador
Rere, rere, rere corocondô
Tererê, tererê, tererê, tererê
Tererê homem gol
Tererê, tererê, tererê, tererê
Tererê homem gol
Umbabarauma quero ver você jogar
Umbabarauma quero ver você marcar
Umbabarauma quero ver você jogar
Umbabarauma quero ver você marcar
Arerê, Arerê, Arerê papá
Arerê, Arerê, Arerê papá
Arerê, Arerê, Arerê papá
Arerê, Arerê, Arerê papá
Ponta de lança Africano quero ver
Quero ver a rede balançar
A galera quer sorrir, a galera quer cantar
A galera tá feliz, ela quer comemorar
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
(Mano Brown)
Era eu, era meu mano, era meu mano mais eu
Pobre louco no bang como o bom Deus deu
E de bang a bang pra juntar 10 conto
Torto e tonto de fome, foi sempre assim.
Nada mais que um jogo eu sei, eu sei sim
Aqui Morumbi, a fé é o que me move
Meu camisa 9 treinou bem vai jogar
Sábado da final, salve o nosso natal.
Que a vida excita o mal, mas só por milagre
Um leão com cabeça de bagre
Sob assédio do crime
E sem gostar de ninguém
Meu time que é quem me inspira
Por falta de alguém
Onde e como ele tiver, tente se puder
Corajoso no domingo chuvoso a pé
Só quem é, é rato de estádio, sabia.
No rádio já dizia estamos em minoria
Quem achou, quem diria, sonhei com este dia
São quase 10 anos sem gritar campeão
São Paulo ta vazio, 100 mil Morumbi, eu li
Que o adversário é forte, e vai ser tri
Atenção Brasil, atenção..
Que a bola vem
Quase sem pretensão..
Aos 27
O Silêncio que antecede a explosão
Crioulo rei tem a sorte
Vida e morte no clássico, sim
Momento mágico pra mim sofredor
Passe curto pelo meio
Vem da intermediária que alcança
O meia-esquerda vai à linha de fundo
A bola
Bate rasteira
Cruza a pequena área
Aos pés Do nosso herói
No sentido de gol...
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol
Umbabarauma homem-gol

(Jorge Ben/Mano Brown)





segunda-feira, 21 de março de 2011

RAINHA, CÉU!



"Ao atingir a idade elétrica o negro do novo mundo não inventa 
  artefatos de morte e destruição, 
  cria  novas possibilidades para nova geração do prazer."
                                                                                       (Júlio Barroso)  



Veja o novo clipe da Céu

                    “Putz,  eu gosto desse som e assim vai ser”.
                                                                                                                        (CéU)         

RAINHA

Dê água pra Ela beber
Dê roupa pra Ela vestir
Saúde pra dar e vender
Dê paz pra Ela descansar
Adubo pra Ela crescer
Dê rosas pra Ela enfeitar
África,
Cadê
Seu trono de Rainha
Cadê
Dona da Realeza
Cadê
Mãe da matéria-prima
Cadê
Vai levar a vida inteira pra lhe agradecer
África,
Cadê
Seu trono de Rainha
Cadê
Dona da Realeza
Cadê
Mãe da matéria-prima
Cadê
vai levar a vida inteira pra lhe agradecer
(CÉU)





sexta-feira, 18 de março de 2011

PARA SE FAZER UMA CANÇÃO







No início de 2005, o diretor geral do Canal Brasil (Globosat), Paulo Mendonça, convida Paulinho Moska para criar uma série de encontros musicais que misturassem conversa, fotografia, cinema e duetos.

Nasce o Zoombido. É convidado o diretor uruguaio Pablo Casacuberta que já havia dirigido o DVD do Paulinho Moska, + Novo de Novo.Vinte e seis episódios foram produzidos sendo vinte e cinco convidados.Os vinte e cinco artistas/compositores/convidados falam sobre cinco questões básicas:


Como a música entrou nas sua vida ainda na infância?
Qual foi o primeiro instrumento?
Como eram as primeiras canções?
Como se faz uma canção?
O que é compor? De onde isso vem?


Por episódio, são três canções executadas, escolhidas pelos próprios autores e apresentadas no formato “voz + um instrumento”. Zoombido  oferece uma quantidade imensa de planos e contra-planos, com seis câmeras que parecem se multiplicar num cenário de espelhos. 
Na primeira canção o autor está sozinho, na segunda Paulinho está em cena tirando fotos através do tijolo de vidro e na terceira há o dueto. Como não há ensaio, as gravações captaram uma mistura de espontaneidade e “alegria da primeira vez”. O resultado é um documento  maravilhoso da diversidade da canção brasileira sob uma ótica poética de imagens e sons.
Uma canção foi composta por todos os participantes. Ela é a síntese da temporada. A cada convidado é pedido uma frase (letra e melodia) com dois ou três acordes (harmonia), e assim criou-se coletivamente Para Se Fazer uma Canção .
O resultado positivo e a grande repercussão do programa motivou a Globosat a licenciar a gravadora Biscoito Fino a comercializar os episódios em DVDs e as canções em CD para o mercado, assim como deu sinal verde para produzir a continuação do programa. Para esse 2º, e os próximos-está na 5ª temporada-decidiu-se que cada última frase da música criada coletivamente iria batizar a temporada seguinte.
Acompanhando a letra da canção e assistindo a vinheta de apresentação do programa nos deparamos com a imensa qualidade e criatividade de nossos músicos/compositores pois, a beleza e a coerência dos versos e a riqueza harmônica da melodia  nos deixam inebriados e em puro êxtase.

AC Ribeiro Jr. 

*esse texto foi criado a partir de release feito por Paulinho Moska para a
  gravadora Biscoito Fino.


Para Se Fazer Uma Canção


Para se fazer uma canção (Moska) 
Desfaço as malas do meu coração (Vander Lee)
Eu sobrevôo minha solidão (Pedro Luis)
E encontro o fim de um deserto (Celso Fonseca)
Para se fazer uma canção (Frejat)
Um som, um céu sem direção (Zé Renato)
Como eu não previ, como eu nunca sei (Leoni)
O amor que dei (André Abujamra)
Acho a luz no fim da escuridão (Jorge Vercilo)
E ascendo a imaginação (Joyce)
Olá, você ai (Gilberto Gil)
Que bom te ouvir (Toni Garrido)
E eu não preciso de mais nada (Mart'nália)
Por isso corro nas calçadas, corro nos seus pensamentos (Otto)
Alentos pra solidão (Zélia Duncan)
Passaporte pra dentro da alma (George Israel)
E você que vem com pressa, calma (Oswaldo Montenegro)
Dor adeus, Deus perdão (Zeca Baleiro)
Dois, amor, doeu? (Nando Reis)
Mas como é bom! Mas como é bom! (Jorge Mautner)
E quando é bom é tudo seu (Lenine)
E eu sou teu, você e eu (Sergio Dias)
Na imensidão a sós (Flavio Venturine)
Essa é minha voz (Isabella Taviani)
Que é a sua voz também (Vitor Ramil)
E a canção é de ninguém (Chico César)









PARABÉNS, ELIS REGINA!





                      "Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé".
                                                                                                    Elis Regina


A história iniciada em 17 de fevereiro de 1945, em Porto Alegre, trágica e precocemente interrompida em 19 de janeiro de 1982, em São Paulo, todos já a conhecem.
Aqui, hoje, como homenagem ao seu aniversário-faria 66 anos- fica o registro de uma da mais impressionantes interpretações de um lindo clássico da musica brasileira, de autoria de um grande compositor, Ary Barroso. O que se vê e ouve esse fenômeno do canto popular fazer com "Na Baixa do Sapateiro" é algo estonteante, experiência ímpar no apreciar uma cantora se entregar à música, extraindo da mesma sentimentos e emoções nunca ouvidos nas centenas de versões (interpretações) nas mais variadas vozes de nossa música.
Essa obra prima foi extraída de uma de suas duas apresentações, em julho de 1979, na 13ª edição do "Montreux Jazz Festival, realizado anualmente na Suíça.
O jornalista, crítico  de música, compositor, produtor, escritor Nelson Motta enviado pelo jornal "O Globo" e "TV Globo" para cobrir essa noite do festival disse sobre os jornalistas estrangeiros que assistiam a apresentação de Elis:
(...) os estrangeiros estavam maravilhados com sua afinação, seu timbre belíssimo, sua técnica impecável, sua tensão criativa.
Elis estava, a partir dessa passagem por Montreux pronta para, já, no início da década que viria, cantar, encantar e conquistar todas as platéias do mundo. 

AC Ribeiro Jr.


                            Baixa dos Sapateiros, Salvador da Bahia, circa 1940


Na Baixa do Sapateiro


Bahia, terra da felicidade
Moreno!
Eu ando louca de saudade
Meu Senhor do Bonfim
Arranje outro moreno
Igualzinho, prá mim...
Na Baixa do Sapateiro
Eu encontrei um dia
Um moreno mais folgado
Da Bahia
Pedi-lhe um beijo, não deu
Um abraço, sorriu
Pedi-lhe a mão
Não quis dar
Fugiu...
Bahia
Terra de felicidade
Moreno!
Eu ando louca de saudade
Meu Senhor do Bonfim
Arranje outro moreno
Igualzinho prá mim
Ai Bahia, ai, ai...
Ai Bahia, ai, ai...
Ary Barroso






segunda-feira, 14 de março de 2011

CÉU: A ÁFRICA APONTA O FUTURO DA MÚSICA







"Não penso que música estou fazendo. 
 Simplesmente faço um som."
Céu


Gata garota nascida na Concrete Jungle. Uma paulistana bem criada por um pai professor/produtor de música (Balão Mágico) e uma mãe artista plástica. Aos quinze anos decidiu: serei cantora! E tratou de ir estudar música. Aos dezoito estava só, em Nova York, se atirando no mundo, na vida...correndo atrás de seu sonho. O destino lhe colocou em seu caminho o músico e produtor Antonio Pinto, compositor das trilhas sonoras dos filmes "Central do Brasil" e "Cidade de Deus" que imediatamente sabedor do potencial da jovem cantora apresentou-lhe seu amigo o também produtor Beto Villares...um jovem tão sonhador quanto ela, cheio de ideias, e pronto a engendrar um som planetário, fincado em tudo que nasceu da "África Mãe": o samba, o candomblé, o maxixe, o samba de roda, bossa nova, jazz, rythm'n'blues, soul, rock, reggae, dub, mangue beat, afro beat, world music, acid jazz...
Céu carrega em seu DNA sonoro Billie Holiday, Orlando Silva, João Gilberto, Cartola, Paulinho da Viola, Ray Charles e é fã ardorosa de Bob Marley, Bebel Gilberto, Marisa Monte, o nigeriano Fela Kuti-uma de suas maiores inspirações- Massive Attack,  Portshead, Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e tantos outros.
Ela é o que de mais importante se fez na música brasileira a partir da segunda metade da década passada. Além de excelente cantora Céu compõe todo o seu repertório e, desfruta ainda, de  presença marcante em palco por sua graça e beleza. Está a anos-luz à frente de suas concorrentes contemporâneas, tão badalas pela medíocre mídia tupiniquim. Seus dois obrigatórios discos-CéU e Vagarosa- ensinam as novas gerações antenadas, ávidas por novidades, o real futuro de nossa música, a brasileira e a do resto do planeta.

AC Ribeiro Jr.


Malemolência


Veio até mim 
Quem deixou meu olhar assim
Não pediu minha permissão 
Não pude evitar tirou meu ar fiquei sem chão

Menino bonito
Menino bonito ai
Ai menino bonito
Menino bonito ai

Menino bonito
Menino bonito ai
Ai menino bonito
Menino bonito ai

É tudo o que eu posso lhe adiantar, eh
O que é um beijo se, eu posso ter o teu olhar?
Vai na dança cai
Vem pra roda da malemolência

Menino bonito
Menino bonito ai
Ai menino bonito
Menino bonito ai

Menino bonito
Menino bonito ai
Ai menino bonito
Menino bonito ai

É tudo o que eu posso lhe adiantar, eh
O que é um beijo, se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança cai
Vem pra roda da malemolência

Menino bonito
Menino bonito ai
Ai menino bonito
Menino bonito ai.

Alec Haiat / Céu








quarta-feira, 9 de março de 2011

ÁFRICA: MULHER MÃE E OS SEUS FILHOS TAMBORES







Mãe África

Quando Olodunmare

veio habitar a Terra

enflorou-me a cerviz.

Meus seios fartos e generosos

alimentaram minha prole numerosa

que cresceu livre e feliz.

Meus filhos - guerreiros ousados

minhas filhas - moças gentis

como aves do deserto
viviam em campo aberto

- Abençoada raiz!
Hoje, minha prole espalhada,

a minha alma amortalhada,

como andarilha, não pára,

- Vagueia pelo Saara!
Os gritos dos que partiram

ainda ecoam em meus ouvidos

como o rugir do trovão
em noite de tempestade...

- E ainda falam em humanidade!
Sinto-me só, abandonada,

sem passado e sem presente

- Meu coração está doente!

Não deixem perecer a fé
que foi em mim plantada

pelo Senhor Olodunmare.

Eliza Teixeira


                                                                                                                  
"Ao Novo Mundo, o negro trouxe muitos presentes, sua comida, sua música, dança e costumes, sua carne  
 generosa."
  
 Júlio Barroso


"Misteriosamente
  O Badauê surgiu
  Sua expressão cultural
  O povo aplaudiu."

  Môa de Catendê





sábado, 5 de março de 2011

O VELHO LOBO DO ROCK BRASIL








O sempre inquieto, combativo, contestador, músico, compositor, letrista, cantor Lobão, após período de hibernação apareceu em grande estilo, em todas as mídias, no final de 2010, para promover o seu livro biográfico escrito em parceria com o jornalista investigativo Claudio Tognolli, seu amigo de longa data.
Para a promoção em grande estilo, Lobão apresentou junto ao livro duas canções inéditas: uma, de sua autoria, "Song for Sampa", sobre suas primeiras impressões que teve da capital paulista quando lá chegou. A outra canção, "Das Tripas, Coração", um achado, uma jóia rara, em música e letra, escrita a seis mãos pelo inesquecível "guru" da crítica rock dos anos 70, produtor e descobridor do Barão Vermelho, Ezequiel Neves, o seu protegido/pupilo e "enfant terrible" do Rock Brasil dos anos 80, Cazuza e, Júlio Barroso, o "genial" crítico musical, letrista, poeta, compositor, cantor, band-leader, agitador cultural e DJ. 


    










A maravilhosa sacada do destino é que Lobão ao gravar a canção nos faz crer, através da letra, composta pelos três geniais amigos, o sentimento que o assola pela perda dos mesmos.

Essa bela canção já nasceu clássica.


AC Ribeiro Jr.



DAS TRIPAS, CORAÇÃO
     
Quem foi que disse a você, quero saber,
Que perder é o mesmo que esperar?
Quem é que vai ficar tranquilo, perdido
na beira do abismo, sangrando?
E se você pudesse ter alguém de joelhos a teus pés
A pedir o teu sinal,
Sussurrando todo o seu calor na tua orelha,
Procurando por uma palavra que não fosse em vão,
Que fizesse você compreender...
Que abandono meu lugar
Rasgando as veias,
Derramando meu amor
Pelas areias.
Anuncia um lindo Sol Radiante:
A última alvorada em teu semblante,
E na perfeição de um céu sem sombras
A gente vai se encontrar.
E das tripas, coração… mais uma tarde
Pra levar o meu amor pra eternidade.
Meu amigo, por favor me aguarde,
que a gente vai se encontrar.
Quem é que vai zombar desse deus
trapaceiro nesse Rio de Janeiro?
Quem é que vai anunciar a próxima atração?
E uivar pra Lua cheia
A gargalhar os tormentos do mundo?
Quem é que vai ficar sorrindo,
Jogando palavras ao mar,
Vendo a terra toda estremecer?
Quero saber quem é que vai guardar
Toda essa dor
De ficar,
sozinho, no convés, sem a tripulação? …
Sou eu…

Júlio Barroso, Cazuza e Ezequiel Neves